sexta-feira, 29 de abril de 2011

Violencia começa em casa

A agressividade faz parte da adolescência. Mas por que os jovens estão tão violentos? Entender o fenômeno é o primeiro passo para preveni-lo
De acordo com o estudo MAPA DA Violência 2010, um levantamento o Instituto Sangari, em São Paulo, que toma como base a taxa de homicídios dos 5.564 municípios brasileiros, entre 1997 e 2007 o total de assassinatos entre jovens de 14 e 16 anos aumentou 30% - o maior crescimento entre todas as faixas etárias. Atônito, pais e professores se perguntam: o que fazer pra reduzir essa escalada?
Homens e mulheres mais agressivos na escola e na vida. As mulheres, por outro lado, voltam-se mais à violência psicológica do que à física. Mas até isso está em xeque. Se o processo de emancipação feminina trouxe inegáveis avanços na igualdade entre sexos, um subproduto nocivo foi que elas também se apropriaram de características se aproximaram de características antes quase exclusivamente masculinas. Como resultado, muitas brigas de meninas também se tornam brutais.
Há mais fatores em jogo.Pesquisas recentes sugerem que o ambiente familiar é um dos aspectos que mais influenciam condutas agressivas. Pais que se colocam sempre em condição superior aos filhos tendem a transmitir esse comportamento. Respeito não se ganha com medo, diz Sônia Maria Pereira Vidigal, pesquisadora do Grupo de Estudos e pesquisa em Educação Moral da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), Campos do Rio Claro. No outro extremo, um comportamento permissivo demais também pode deixar os jovens irritadiços quando alguém resolve finalmente! Estabelecer limites.
Adolescentes que se revoltam por não terem o que o que querem podem optar pela criminalidade para conseguir seus objetivos. Como local mais comum de contato social fora do lar, desde sempre a escola foi o palco de manifestações de agressividades. As soluções mais recorrentes não vinham porque a maioria das instituições enfrenta a violência apenas com punição.
A escola deve indicar, com clareza, a necessidade de respeitar o outro.
Para os especialistas, suspensões e expulsões geram apenas um medo temporário pelo castigo. A falha é que elas não levam o agressor a refletir sobre a necessidade das regras nas relações. “Essas medidas não são educativas e vão contra o objetivo de formar pessoas autônomas, aponta professora do Departamento de Psicologia Educacional da faculdade de educação da universidade estadual de Campinas (Unicamp).” Se um aluno é mandado para outra escola sem entender a gravidade do que fez, aumentam as chances de que o comportamento se repita por lá”. Claro que, dependendo da gravidade do caso, é preciso acionar órgãos como conselho tutelar e mesmo a policia.
Na maioria dos casos, entretanto, é mais adequado criar um ambiente de diálogo. Organizar assembléias para discutir conflitos coletivos, providenciar a mediação de profissionais da escola para desenvolvimentos pessoais e reservar momentos reflexão em sala também é uma possibilidade pra prevenir futuras agressões. O importante é nunca relativizar o problema. O correto é ensinar que todos, sem exceção, precisam respeitar o outro, independentemente de quem seja e do comportamento que adote. Um aprendizado fundamental não apenas na trajetória escolar, mas para vida.

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