sexta-feira, 29 de abril de 2011

A droga atrapalha o rendimento escolar?

O uso de álcool e drogas ilícitas atrapalha o desempenho escolar. Isso é o que mostra o quinto levantamento nacional feito pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) e divulgado pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad). Dos 48.155 jovens que participaram da pesquisa, 54,4% dos que já haviam usado algum tipo de droga estavam pelo menos um ano atrasados em relação aos outros alunos da mesma idade.
O estudo foi feito na rede pública de ensino fundamental e médio das 27 capitais brasileiras e aponta que 12,6% dos alunos com idade entre 10 e 12 anos já consumiram algum tipo de droga pelo menos uma vez na vida e que 7% deles já haviam fumado cigarro. O percentual sobe para 23,2% na faixa etária de 13 a 15 anos.
Entre as drogas mais consumidas nessas idades estão os anfetamínicos (como remédios para inibir o apetite) e os energéticos, normalmente ligados ao álcool. Dos 13 aos 15 anos, aparecem ainda solventes, maconha e crack.
O Brasil é o país que aparece na pesquisa como o maior consumidor de solventes, na frente de outros 25 países estudados.
A última pesquisa desse tipo feita pelo órgão é de 1997 e abrangeu apenas dez capitais, com um universo de 15.503 alunos. A primeira é de 1987. Por isso, alguns dados das capitais que foram incluídas na série histórica de levantamentos não são comparáveis.
Para o professor Paulo Rogério Morais, da Universidade Braz Cubas, que pesquisa as reações de substâncias químicas no organismo e a memória, o principal problema é o uso do álcool na fase da adolescência: “Entre 10 ou 12 anos, o adolescente está na fase de descoberta e o uso precoce pode fazer com que ele use o efeito da droga como estratégia contra as frustrações normais da idade”.
A pesquisa do Senad confirma as informações dadas pelo professor. A média de idade de usuários de álcool é de 12 anos, enquanto o uso de outras drogas “mais pesadas”, como cocaína e maconha, começa geralmente entre jovens de mais de 14 anos.
O álcool é, também, a droga de maior uso freqüente entre os jovens: 11,7% afirmaram beber até seis vezes por mês e 6,7% afirmaram fazer uso pesado da bebida, por cerca de 20 dias por mês.
Porém, pode ser feita outra interpretação destes dados. A visão do nosso grupo é de que os pré-adolescentes que utilizam drogas, lícitas ou não, em sua maioria, não possuem uma base familiar estruturada, e buscam as drogas como um meio de fugir da realidade em que vivem. O uso de drogas pode não ser prejudicial aos adolescentes, quando estes souberem o caminho que querem trilhar em suas vidas e, principalmente, quando tiverem o amparo de suas famílias em situações difíceis, evitando recorrer às drogas em tais circunstâncias.
Os adolescentes devem entender que devem usar as drogas nas quantidades certas e nos momentos certos. O uso de drogas deve ser natural, quando as situações são próprias para isso, ao invés de “criar” os momentos quando na realidade o certo seria não utiliza-las.

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